sábado, 15 de maio de 2010

Estudo sobre telemóveis

Telemóvel é um risco para a saúde?

António Pedro Ferreira

Durante os próximos 20 a 30 anos, mais de 250 mil pessoas entre 18 e 69 anos no Reino Unido, Finlândia, Holanda, Suécia e Dinamarca vão ser acompanhadas para avaliação de possíveis riscos à saúde provocados pelos telemóveis.

O COSMOS - Cohort Study on Mobile Communications, que é até aqui o maior estudo do género, faz parte do MTHR - Mobile Telecommunications and Health Research Programme.

Há pelo menos seis mil milhões de telemóveis a serem utilizados em todo o mundo, dos quais 70 milhões no Reino Unido, cuja população é de 61 milhões de pessoas.
Riscos de cancro

Lawrie Challis, do MTHR e da secção britânica da pesquisa, não descarta a possibilidade de os telemóveis provocarem cancro. "Simplesmente, ainda não houve tempo suficiente (para se provar isso). A maioria das pessoas tem telemóvel há menos de dez anos. E muitos cancros levam dez, 15 anos para apresentarem sintomas".

Pesquisas anteriores sobre os riscos do uso de telemóveis abrangiam apenas uma década de monitorização. "Mas como certos tipos de cancro levam muito tempo a desenvolver-se e a tecnologia da comunicação móvel é ainda muito recente, era necessário um acompanhamento a longo prazo", afirma Paul Elliott, do Imperial College London.

Elliott, responsável pela parte britânica do estudo, diz que a pesquisa "é para o bem dos utilizadores actuais e gerações futuras".

Além do cancro, serão avaliados os riscos de doenças neurológicas como Alzheimer e Parkinson, dores-de-cabeça e distúrbios do sono.

Os pesquisadores trabalharão com operadoras de telemóveis para avaliar o uso do aparelho durante as chamadas, mensagens de texto e transferências de dados.
Será também monitorizada a forma como os utilizadores carregam os telemóveis, se nos bolsos das calças, da camisa ou mesmo se usam fones de ouvido.